abaixo, coluna publicada no riovale jornal, aqui de santa cruz do sul, apoiador da operação banda oriental.
sobre o “limbo existencial” que estou vivendo neste momento de meu treinamento.
entre por aqui, ou diretamente na imagem.
abaixo dela, texto completo.
Pedalando livros
Demétrio de Azeredo Soster
Professor universitário, jornalista, cicloturista
deazeredososter@gmail.com
Outro dia, em uma pedalada rápida até Sinimbu – aqui do lado; ou seja, pouco mais de 50 km ida e frida – dei-me conta que estou em uma espécie de “limbo” existencial quando o assunto é a “Operação Banda Oriental”.
Ou seja, daqui até o dia da partida (que, por sinal, ainda precisa ser definido), tudo o que tenho de fazer é pedalar, se possível por distâncias ainda não percorridas, e, com isso, manter-me em forma.
Claro que, como contei na última coluna, ainda falta alguma coisa a ser comprada – a GoPro, para as filmagens (a ideia é um documentário ao final da viagem); uma barraca, um telefone mais decente que o atual, alguma roupa; enfim, pouca coisa.
Por que limbo?
Porque daqui até dezembro, quando devo pegar a estrada, temos, ainda, pouco mais de dois meses, o que, por si só, não é muito, mas se torna bastante se considerarmos que, a julgar pela minha vontade, poderia partir hoje, sem problemas.
Angústias à parte, estou aproveitando para me informar mais, para aprender melhor.
E conhecimento, para mim, tem tudo a ver com livro.
Como já li mais de dez deles até o momento, divido com vocês uma espécie de categorização das obras que estou elaborando – coisa de professor; não liga –, que se dividem, grosso modo, em: relatos de viagem; relatos/reflexões pessoais, com uma leve queda para a auto ajuda; relatos de viagem misturadas com reflexões pessoais; e, finalmente, literatura instrumentalizante.
O primeiro grupo – relatos de viagem – é o que mais se encontra. Ou seja, gente de diz, linha após linha, o que fez e o que deixou de fazer. Observem que eu usei o verbo “dizer”, que é bem diferente de “narrar”: narrar tem a ver com estruturas a frase, provocar sensações a partir do vivido, ampliar horizontes. Coisas assim.
Insiro neste grupo “Trilhando sonhos: 365 dias de bicicleta pela América do Sul”, (Editora Extremos, 2014), de Thiago Fantinatti, e “Estrada da morte & caminhos da fé” (99 e-books, 2015), de José Vanderlei Dissenha.
O segundo item – reflexões pessoais, com uma leve queda para a auto ajuda – também se destaca. Não é tão frequente quanto o primeiro item, mas dá pra dizer que é bem fácil encontrar um livro sobre cicloturismo que fale, sobretudo, do que se aprende com a prática.
É o caso de “O mundo sem anéis: cem dias de bicicleta” (Editora Longe, 2013) de Mariana Carpanezzi, e “Quatro países: europa de bicicleta” (Edição do autor, 2015), de Paulo Mendes.
O terceiro item diz respeito mais aos livros de longas pedaladas, caso do Transpatagônia (Kalapalo, 2015), de Guilherme Cavallari, ou, ainda, “O ciclista mascarado: uma aventura de bicicleta na África ocidental” (Belas Letras, 2016), de Neil Peart, baterista do Rush. Nestes, encontramos, à farta, narrativas e reflexões.
O quarto e último grupo, na minha classificação, é o que chamo de literatura instrumentalizante, ou seja, livros caráter “manual”, que visam, principalmente, ajudar os ciclistas a dar conta de suas viagens do ponto de vista prático.
Tipo trocar um pneu, consertar uma corrente, essas coisas. Neste grupo se encaixam “Manual de mountain bike e cicloturismo” (Kapalalo, 2012), de Guilherme Cavallari, e “Guia essencial de ciclismo (On line editora, 2015).
Prefiro o terceiro grupo, ou seja, relatos de viagem misturadas com reflexões pessoais. Tem a ver com o que, de certa forma, estamos fazendo aqui, neste espaço: aprendendo e refletindo sobre o que se aprende..
Quer saber mais sobre minhas leituras? Visita meu site: https://operegrinosite.wordpress.com/leituras-de-viagem/
Bora pedalar, então!